quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Velocidade aplicada ao futebol


Desenvolvendo um modelo de jogo
Wladimir Braga
O conceito de capacidade de velocidade, normalmente empregado na forma cíclica e acíclica, tem como uso comum e mais difundido o potencial de deslocamento de uma atleta de um ponto a outro, como no primeiro caso, ou associado ao termo rapidez (mudança de direção), como no segundo.

De acordo com Weineck (2000), "a velocidade acíclica trata de movimentos em pequenos espaços, ações isoladas, enquanto a velocidade cíclica compõe-se de movimentos repetidos e velocidade ou corridas de velocidade".

Tratando o treinamento de futebol sob uma perspectiva diferente da tradicional é importante que se produza outro emprego do conceito de velocidade e assim verificar com mais eficácia este aspecto.

O treinamento de velocidade, muitas vezes dissociado do trabalho com bola, merece uma intervenção mais ampla e abordagem totalmente associada ao componente tático. As manobras ofensivas coletivas e individuais são todas realizadas com alta intensidade, bem como a movimentação defensiva para evitá-las que se tornam necessárias.

As execuções dos gestos motores exigidos em cada fundamento técnico executado devem ser feitos com a rapidez exigida em cada jogada. Com isso, três aspectos relacionados ao aprimoramento das capacidades táticas são exigidos: Percepção, antecipação e tomada de decisão.

Em outra definição Weineck (2000) define que "a velocidade do jogador de futebol é uma capacidade verdadeiramente múltipla, as quais pertencem não somente o reagir e agir rápido, a saída e a corrida rápida, a velocidade no tratamento com a bola, o sprint e a parada, mas também o reconhecimento e a utilização rápida e certa da situação.

Neste contexto, o treinamento de velocidade isolado perde sua importância no que se refere ao volume empregado para desenvolvê-la de forma pura e neste sentido passa a atuar como ativador de fibras rápidas desenvolvendo esta valência dentro das limitações individuais de cada jogador, principalmente considerando o futebol profissional (quem é veloz é sempre veloz, quem é lento é sempre lento).

Assim o objetivo do treinamento de velocidade não se limita a aprimorar a velocidade de um atleta, mas também aprimorar a velocidade da equipe, ou seja, a velocidade de jogo. Isso implica em se enfatizar nos treinamentos situações de jogo em velocidade em que são exigidos execuções de fundamentos com rapidez e manobras intensas de acordo com a proposta tática geral da equipe. De forma que os atletas possam trabalhar dentro de uma percepção mais efetiva e dinâmica do jogo.

A adaptação pelo treinamento vai acontecer especificamente à carga imposta, ou seja, os efeitos do treino de velocidade vão ocorrer sobre os componentes técnicos, táticos, físicos e também psicológicos (o pensamento de uma equipe que joga com rapidez, por parte dos atletas interfere nos estados mentais de jogo de equipe). De acordo com McArdle, Kacth e V. Kacth "para maior simplicidade, o exercício específico desencadeia adaptações específicas que criam efeitos específicos do treinamento", por este aspecto entende-se que o aprimoramento de um jogo rápido ofensivamente e/ou defensivamente vai surtir efeitos pretendidos no aspecto tático coletivo e individual.

É importante reforçar que a aplicação modelo de jogo pretendido pela comissão técnica vai nortear as adaptações físicas necessárias, portanto, um time que joga com rapidez e resultado de treinamento tático com ações rápidas que ocorrem dentro dos conteúdos trabalhados para tal comportamento da equipe. Precisamos exercitar o pensar futebol com esta síntese dos conceitos físicos, técnicos e táticos além e claro trabalho mental que cada treinamento pode exigir.

Reforçando este conceito, Mourinho (2006) defende que "não se confunda velocidade de jogo com velocidade do jogo. A primeira está intimamente ligada à velocidade mental, à capacidade de antecipar o que vai acontecer e decidir pela resposta mais adequada, levando-nos para o treino qualitativo, contextualizado. A segunda está, na maioria das vezes, associada a muito deslocamento, a correria, ao jogar à pressa... a uma obsessão pela velocidade! E leva-nos para o treino quantitativo, abstrato!"

Isto nos sugeriu que o processo de organização de treinamento de futebol seja revisto e realizado mediante a especificidade da modalidade e principalmente da preparação tática geral e específica. Provavelmente o caminho mais correto vai ser, mais uma vez, o exercício desta síntese de conceitos de treino com direção para esta modalidade.

*Preparador Físico do Clube Atlético Mineiro e membro do GEAF

Bibliografia consultada:
MOURINHO, por quê tantas vitórias? - Oliveira, Amieiro, Resende, Barreto- Gradiva - 2006
FISIOLOGIA DO ESPORTE E DO EXERCÍCIO - Wilmore e Costill, segunda edição - Manole - 2001
FUTEBOL TOTAL , WEINECK - PHORTE EDITORA - 2001


artigo extraido do site http://www.universidadedofutebol.com.br/

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

... e agora convivendo com o trabalho de Dorival Júnior no Galo

Finalizando a temporada do futebol brasileiro e estando a mais de 8 anos trabalhando nas divisões de base do Clube Atlético Mineiro, estou com uma impressão jamais sentida dentro do clube a respeito de um treinador, mesmo em relação a Levi Culpi que foi o profissional que mais me chamou a atenção pelo estilo de comando e metoodologia de trabalho.
Me chama a atenção a maneira como o professor Dorival parece tratar os atletas da base, como conseguiu dar confiança aos jovens Renan Ribeiro, Renan Oliveira e Werley e como tem observado outras jovens promessas.
Neste sentido, já percebi que outros jogadores formados no clube poderão ter espaço na equipe principal na próxima temporada em sintonia com os atletas mais experientes que permacerão no elenco.
A receita é esta e sua equipe de trabalho também tem como característica a utilização de atualizada metodologia de treino, o que garantirá alto desempenho dos meninos do galo, já que na base são preparados com o que há de melhor no que se refere aos conteúdos de trabalho pelas comssões técnicas.
Que o nosso mestre possa ter sucesso e levar o nosso Galo ao lugar que merece no cenário nacional e mundial!!!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

AS MUDANÇAS NA CBF E AS CONSEQUÊNCIAS PARA O FUTEBOL BRASILEIRO

Entendendo a CBF, como orgão máximo do futebol brasileiro bem como aquele com função de gerir todo o processo de organização do futebol desde as categorias de base, é certo concluirmos que acertou em cheio na contratação de Mano Menezes que assumiu, dentre outras funções, a preocupação com a formação de atletas de alto nível.
A presença de Ney Franco na coordenação das categorias de base e no comando técnico da seleção sub-20 e as chegadas de Emerson Ávila e Marcos Santos para as seleções sub-17 e sub-15 respectivamente, deixa claro que o trabalho realizado pela CBF, no que se refere ao aspecto técnico, será muito mais profissional e científico.

A imagem da intituição perante o mundo do futebol tende a melhorar em âmbito acadêmico e mercado internacional pois, associado a isto, não podemos esquecer que já está funcionado a Escola de Formação de Treinadores parceria com a PUC-Minas que qualificará ainda mais nossos profissionais.
A grande coerência deste projeto é que agora a CBF buscou, no mercado de trabalho, profissionais de destaque independente do estado de origem. Assim, podemos ficar otimistas a curto e longo prazo pela reformulação em andamento do futebol brasileiro que além de aumentar o nível de qualificação dos profissionais, realizará um trabalho voltado prioritariamente para a preparação dos realmente "melhores" atletas para futuramente servir à equipe principal. Ainda posso esperar, desta grande equipe de trabalho, um realcionamento constante e mais próximo dos clubes e federações o que tornará o processo convocação e organização de competições mais coerente e eficiente.
Parabéns a CBF e sucesso ao novos treinadores da entidade!!!

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

CONVIVENDO COM O TRABALHO DE LUXEMBURGO

Acho que todos devem estar anciosos para ler alguma polêmica a respeito do que percebi a respeito de Wanderley Luxemburgo, convivendo com sua comissão técnica por 8 meses e há 8 anos trabalhando nas categorias de base do Clube Atlético Mineiro tive a oportunidade de conhecer um grupo de trabalho que tem como filosofia uma linha de pensamento totalmente profissional e que tentou aproveitar o gigante adormecido que é o galo para tentar realizar o grande trabalho de suas vidas. Acredito que hoje o Atlético está entre os melhores clubes do Brasil e Wanderley Luxemburgo acertou quando fechou com Alexandre Kalil, assumir o galo em 2010.
Mas vamos ao que interessa: Qual foi a percepção do trabalho e da comissão técnica de Luxemburgo no Galo?
  • Luxemburgo deu total acesso aos profissionais das categorias de base aos experientes e vencedores membros de sua comissão técnica para troca de informações e ajuda no que se refere metodologia de trabalho .
  • Luxemburgo palestrou para atletas da base para implantar um conceito de gestão e de trabalho.
  • Sua comissão demonstrou perante aos profissionais de futebol de base do clube um comportamento acessível e humilde de maneira que todos pudessem entender e aprender o que os fez um grupo vencedor.
  • Trouxe pra base um reforço fantástico que foi o ex-árbitro Wagner Tardelli que com certeza acrescentou ao trabalho de formção dos jovens atletas do Galo.
  • Demonstrou respeito à história do Clube Atlético Mineiro ao estabelecer boas relações com nosso gerente de futebol o Sr. André Figueiredo, uma pessoa com alto nível de profissionalismo e com muito conhecimento de futebol e de Galo, além de valorizar o treinador do sub-20, o professor Rogério Micali que é um profissional vencedor e formador de grandes jogadores.
  • Não obteve bons resultados de campo pela campanha no brasileirão 2010, ao não conseguir dar o padrão de jogo que o próprio defendeu ao assumir o clube que é de posse de bola no campo ofensivo.
  • Demonstrou que apesar do talento que lhe é natural, que mesmo sendo um profissional de ponta do futebol brasileiro, que precisa rever o que realmente aconteceu pra não manter o mesmo nível de desempenho que sempre obteve em outros clubes.
  • Tem comando, mas precisou sair pra executar o item acima.(Kalil foi sábio)
Entendo que Luxemburgo tentou executar no galo um projeto de alto nível mas não conseguiu,o atleticano procurou acreditar no trabalho mas perdeu as esperanças e a imprensa procurou preservar o curriculo do professor mas acabaram os argumentos.
Não deu certo. É simples assim, a base está trabalhando com eficiência, o clube paga em dia, mas o profissional não deu resultados.
Infelizmente nosso presidente teve que tomar esta atitude, mas pensando nos atleticanos, assim como seus filhos.
Sucesso ao novo treinador, sucesso ao presidente Alexandre Kalil, que o galo se mantenha na série A e retorne ao curso das conquistas!
Abraço a todos
Obrigado

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

APRENDENDO A ANALISAR FUTEBOL COM QUEM É DO DIA-DIA E NÃO GOSTA DE PAPO FURADO

Vamos direto ao ponto!O que existe de verdade no futebol neste país em que o circo está montado durante toda a temporada?Podemos dizer que muitos conceitos científicos são jogados no ralo, nas atitudes, nos treinamentos e nas entrevistas.






Então vamos logo com isto pra ninguém ser enganado pelos velhos discursos e demonstrações de pseudo-organização no trabalho das comissões técnicas:


  • Pré-temporada no futebol brasileiro é pura mentira: É impossível, com nosso calendário possíbilitando apenas 10 a 15 dias de treino, preparar os jogadores de maneira que eles consigam suportar toda a temporada.É até uma piada, não é tempo suficiente pra gerar adaptação neuromuscular ou cárdiovascular em atletas profissionais. Esqueçam! O que existe chama-se temporada de futebol e as cargas são organizadas sempre em função deste calendário, ou seja, temos que estar bem pro próximo jogo.
  • Pico de rendimento ou performance e outro papo-furado, não existe, futebol é resultado, é bola na rede e o próximo jogo é sempre onde precisamos estar em melhores condições pra vencer.
  • Preparador físico não ganha jogo, time de futebol é produto do treinador, de como ele organiza a equipe, aproveita seu corpo multidisciplinar(seu staff) e as informações que ele recebe.
  • Equipe bem preparada não é definida só pela condição física, mas principalmente pela forma como os atletas se adaptam ao modelo de jogo proposto pelo treinador,afinal de contas isto não é hipódromo, não estamos lidando com cavalo.Já ví muito atleta com excelente condição física(que é uma condição básica pra jogar bem) serem fracos técnica ou táticamente e assim não produzirem nada.
  • Essa história que jogador TEM que correr, fazer saltos ou treinar assim ou assado também é balela, é papo pra boi dormir. A melhor metodologia é aquela que se adapta melhor à linha de trabalho do treinador.
  • Futebol é um esporte coletivo, então vamos aprender a analisá-lo como tal, sem essa que fulano é bom ou ruim, ou dá certo num time e não no outro.Nínguém fica ruim ou craque de uma hora pra outra, o que existe é que determinado jogador não se adaptou a determinado modelo de jogo, a idade já pesou ou o cara tá na noite.Precisamos diminuir a análise indiviual e priorizar a coletiva(tática)
  • O melhor jogador pra equipe não é aquele que tem o melhor desempnho nos testes físicos (por que não vão achar jogadores nas provas de atletismo) ou tem melhor habilidade técnica (então chamem estes caras que trabalham no circo ou fazem mil embaixadinhas nos estádios antes do jogos), o melhor jogador é aquele que cumpri função tática, faz em campo aquilo qué pré-determinado em funçaõ do modelo de jogo estabelecido pelo treinador.
  • Esta coisa de melhor futebol do mundo é uma máscara utilizado pra se esconder atrás de um pentacampeonato. Pra começar nossos treinadores não trabalham em lugar nenhum no mundo salvo aquela meia dúzia de famosos o resto que esta lá fora está porquê tem esquema com empresários em que eu preferiria ficar no Brasil sem medo de ser feliz.
  • Alíás com relação ao item anterior, no Brasil a grande maioria não contrata treinador pelo trabalho e sim pela imagem que ele transmite, ou se ele tem relação com empresário x.
  • Acredito que temos alguns bons profissionais no futebol profissional, aqueles com várias taças no armário e com sequência de conquistas, não aquele que ganha um título e fica de galho em galho acumulando rebaixamentos.
  • Os melhores treinadores do Brasil e uma safra melhor de profissionas virá numa próxima geração em que jovens preparados em categorias de base de grandes clubes e com formação acadêmica adequada surgirão pra mostrar ensinar aos reservistas de mercado(víde último artigo), que pra ser treinador tem que preparar pra exercer a profissão.Independente se deu meia dúzia de chutes na bola ou se passou pelo meio universitário.
  • Se algum profissional de imprensa começar um frase com "não estou dizendo isto mas..."é porquê ele está justamente afirmando ou sugerindo aquilo que ele nega (perguntem aos psicólogos).
  • Normalmente a imprensa não sabe o que se passa nas categorias de base, seja pra falar bem ou mal. Não sabem o que se passa lá dentro e nem possuem o costume de dar uma "olhadinha". Observem que existem excelentes ou péssimos profissionais, assim como em toda atividade ou emprego.
Acredito que com essas informações já podemos avaliar melhor o que acontece dentro e fora de campo e tirar nossas conclusões. No Brasil faltam conceitos de futebol, coisa que sobra em países como Portugal, Espanha, Alemanha e Itália. É preciso que as coisas sejam vista de maneira simples e direta, pois alguém pode achar que quem não tá no meio é bobo e aceita qualquer coisa ou desculpa.
E tenho dito!!!

domingo, 5 de setembro de 2010

SÍDROME DA RESERVA DE MERCADO NO FUTEBOL

Considerando o mercado de trabalho do futebol, bem com o perfil dos profissionais engajados em se inserir nesta área, pode-se observar ainda alguns sinais de conflito entre pessoas de diferentes origens de formação.
Ao conversar com ex-atletas profissionais, bem como professores de EducaçãoFísica, pude notar nos "tipos" em algum momento de menosprezo ao outro. Ou seja, ainda alguns ex-atletas se acham mais capacitados pra atuar como treinador porquê jogou e/ou se acha com mais direito por ter estado no centro das atenções se escondendo atrás do que foi e da nostalgia romântica do torcedor. Em contra-partida alguns professores de Educação Física se julgam com uma formação melhor por passarem pelo banco da escola e conhecerem alguns artigos científicos que na verdade nada tem a ver com a prática do futebol e também se escondem atrás do diploma que apesar de conquistado com mérito não o qualifica como merecedor de um cargo no futebol.
Para chegarmos à alguma conclusão precisamos pensar em algumas questões que poderão clarear nossa discussão:
  • A experiência de atleta profissional garante a capacidade de alguém se tornar treinador?
  • A imagem adquirida ao longo dos anos de atleta garante sucesso na vida de treinador?
  • Os cursos de Educação Física preparam realmente os graduandos para o função de treinador?
  • A maioria das pesquisas científicas repetem as situações vividas no campo prático do futebol?
  • Existe padrão no histórico de formação dos treinadores que conhecemos de sucesso no mercado nacional?
  • Em qualquer das situações ex-atleta ou graduado em Edicação Fisica, o histórico de formação é mais importante do que o perfil do profissional?
Se assim como eu, você respondeu não a todas estas perguntas, podemos caminhar na direção que todos orgãos, escolas e clubes de futebol precisam seguir: o da qualificação!
Hoje (05/09/2010), no Jornal Estado de Minas, na Coluna do Tostão, li um crítica ao técnico do São Paulo, o professor Sérgio Baresi, pela utilização de termos técnicos científicos, o que Tostão se esquece é que Baresi também é ex-atleta e se preparou para exercer a função de técnico nas sua passagem pelas categorias de base de São Caetano, Santo André e São Paulo e com certeza utiliza de termos técnicos nas entrevistas e de tecnologia no trabalho de campo por estar atualizado e não precisar lembrar do passado para exercer sua função.
Hoje é fato que temos nas categorias de base, a melhor escola de formação de treinadores, é onde são, na prática, preparados os melhores treinadores e outros componentes de comissão técnica.
Mas quando falamos em qualificação, é preciso lembrar que a CBF em parceria com a PUC-MINAS lançou o curso de capacitação de treinadores de futebol em níveis de formação como ocorre na Europa e com algumas exigências que abrange ex-atletas e graduados em Educação Fisica. Uma iniciativa que realmente deu um norte a quem quer se tornar treinador de futebol, para quem futuramente vai contratar, mas ainda não uma garantia de qualificação que podemos dizer que precisa reunir um conjunto de fatores fundamentais:
  • Passagem pelas categorias de base;
  • Atualização constante;
  • Perfil pessoal e profissional de integridade e liderança;
  • Habilidade de Relacionamento;
  • Habilidade em leitura de jogo;
  • Capacidade interdisciplinar.
A qualificação profissional não é um coisa institucional e sim de maneira de cada um se preparar para exercer a função, bem como a capacidade individual, ou competência para realizar as funções que se exige de um técnico. Se eu precisar de um atacante chamo o Neymar, agora se precisar de um treinador vou procurar o Sérgio Baresi que se preparou pra exercer a função. O Neymar pode ter 20 anos de futebol que ainda sim não será suficiente para torná-lo um treinador. Assim como não foi pra Rivelino, Tostão ou Pelé. E nem  pra Pablo Ruan Grecco, Antônio Carlos Gomes ou Dietmar Samulsky (Professores Doutores de renomadas Universidades do país) que sem dúvida possuem grande conhecimento, mas isto não os torna em condições de comandar um equipe de futebol.
Acho que desta forma temos um ponto de partida para acabarmos com esta disputa inútil por reserva de mercado, hoje quem chegou no futebol o conseguiu porquê dentro do ambiente futebolístico fez o que foi preciso para merecer o cargo que ocupa, mas é preciso que a idéia da qualificação profissional aliada aos cursos de capacitação seja bem pensada pelos gestores e por aqueles que desejam se aventurar no mundo do futebol.
Enfim, esta "doença" tem cura.
Obrigado

domingo, 8 de agosto de 2010

FATORES QUE INTERFEREM NO DESEMPENHO DE UMA EQUIPE DE FUTEBOL




Se fossemos buscar explicações sobre o que faz uma equipe jogar bem ou mal, seja com jogadores de mais ou menos talento, seria preciso observar vários aspectos.
Um elenco talentoso e com jogadores experientes pode fazer a diferença, mas não esqueçam:PODE
Muitas vezes observamos equipes com jogadores de nível mediano obter algum sucesso e o segredo, neste sentido, é organização e aplicação tática. Há quem diga que não existem maus jogadores e sim aqueles que não se encaixam num determinado modelo de jogo, ou, como diria José Mourinho: "Não preciso dos melhores jogadores e sim dos certos".Isto explica porquê o lateral André Santos, que não deu certo no Atlético-MG e Flamengo, se projetar no Figuerense, Corinthians e assim chegar na Seleção brasileira antes de ir pra Europa.
Assim elenco não pode ser um fator isolado ao analisar performance.
Estrutura de trabalho realmente não ganha jogo, mas como disse o Professor da Universidade Federal de Viçosa, Próspero Brum Paoli," não ganha mas ajuda a ganhar". Uma estrutura moderna permite um trabalho de campo mais eficiente no que se refere à preparação física e prevenção de lesões permitindo ao atleta atingir um nível ótimo de desempenho. Gramados de qualidade vão dar ao treinador a possibilidade de preparar seu time nas diversas situalções que um jogo pode exigir e assim poder organizar a equipe táticamente.Perceberam o verbo poder de novo.
Uma boa estrutura só ajuda se quem a utiliza sabe aproveitar os recursos e, ainda sim, não é garantia de sucesso pois isto não é privilégio de apenas um ou dois clubes.
Estar com as contas(salários) em dia apenas ajuda pois é só uma condição básica para o trabalho, é só fundamental mas não é diferencial. Não deixa de ser um fator influente.
Talvez o aspecto que tenha um peso um pouco maior do que os outros é a capacidade de preparar a equipe táticamente pois com todos os recursos se o técnico não conseguir dentro das características dos atletas organizar e treinar a equipe de maneira eficiente de nada adiantaria bons jogadres ou boa estrutura. Mas ainda sim não é justificável definir o trabalho apenas por aí pois existe ainda dois aspectos importantes.
A capacidade de liderança dá confiança aos atletas e a todo o staff de trabalho do departamento profissional, portanto é preciso agregá-la as exigências de um comandante.
E por fim, posso ter esquecido alguma coisa, temos o ambiente de trabalho(bom relacionamento entre as pessoas, sem conflitos desnecessários) que é crucial para a execução de um projeto de clube de futebol que almeja grnades conquistas, faz parte da "lista de ajuda" mas também não é garantia de vitórias.
Podemos concluir, então que o futebol é uma ciência multifatorial, em que o sucesso é obtido pela eficácia de todos estes componentes mencionados e o fracasso pela negligência de um ou mais destes.
Com isso sugiro ao analistas que sigam este roteiro para comentar o desempenho de alguma equipe e aos profissionais dos clubes que também busquem o melhor desempenho cercando estas vairáveis de maneira bem direta sem teorias inúteis para fugir da devida responsabilidade.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Periodização física x periodização tática

A sobrevida do preparador físico passa pelo esclarecimento dessas duas linhas de trabalho*
Wladimir Braga
"A verdade jamais é pura e raramente é simples." (Oscar Wilde)


Muito se fala, nos dias atuais, a respeito da periodização tática e na redução de espaço nas comissões técnicas para o preparador físico. Este mesmo autor que aqui vos escreve, em um dos artigos, destaca o fim dessa função. Na verdade, no fim da forma reduzida em que se encontra inserido esse profissional.
 
O que ocorre de fato é uma onda de admiradores da nova forma de pensar o futebol (periodização tática), em que os jovens profissionais, impulsionados pelo anseio de se tornarem sofisticados e atualizados, se jogam de cabeça numa metodologia de treinamento que vai muito mais além do que acontece no dia-a-dia de trabalho.
 
 
Na periodização tática, nada ou quase nada tem a ver com rendimento físico puro. Nesse conceito, tudo é dependente do modelo de jogo, organizado em princípios, sub-princípios e sub-princípios dos sub-princípios de jogo. Ainda podemos reforçar que o conceito de fadiga está totalmente agregado ao desenvolvimento de situações- problema envolvendo exigências cognitivas em que os aspectos psicológicos, físicos e táticos estão embutidos.
 
Enfim, podemos sugerir ou ainda definir que nessa linha de trabalho não há espaço para o preparador físico, decisivamente, salvo na sala de musculação, função esta que pode ser destinada, também, ao fisioterapeuta. Assim, no campo de trabalho, as questões motoras específicas da modalidade são destinadas ao treinador e auxiliares técnicos que, em perfeita sintonia, têm plena consciência do modelo de jogo (anteriormente mencionado) e trabalham apenas em função dele.
 
Pela periodização física, dentro dos vários modelos existentes (períodos, blocos, ciclos, etc.) e dos vários autores conhecidos (Verkoshansky, Matveev, Valdivielso, etc.), podemos definir como a forma de treinamento ou preparação em que os aspectos técnicos e táticos estão agregados ao treinamento físico.
 
Os componentes físicos são organizados em períodos para a obtenção de melhor desempenho em determinado momento da temporada, ou em blocos, buscando um nível de trabalho alto em grande parte do ano. 
 
 
Com isso, a figura do preparador físico é peça fundamental para a manutenção, aquisição de rendimento físico, recuperação física e principalmente no planejamento do trabalho. Mesmo no trabalho integrado com aspectos táticos e técnicos, a carga de trabalho respeita capacidades e intensidades físicas e seus objetivos.
 
Ainda sim, um treino tático de 11x11 (também conhecido como coletivo), mesmo considerando a carga cognitiva, esta última, ainda assim, caminha no mínimo ao lado com a carga física.
 
Considerando essas duas formas de se planejar, pensar e trabalhar o futebol, podemos compreender alguns pontos que são fundamentais ao se optar por uma delas:
 
ü       As duas formas são eficientes;
ü       O entendimento da linha de trabalho nas duas formas é fundamental;
ü       O preparador físico só existe realmente, de forma atuante, na periodização física;
ü       É importante entender a “cultura” esportiva das pessoas, países ou clube em que vai trabalhar, principalmente se for com categoria de base;
ü       O treinador em qualquer nível de treinamento é que irá definir se quer na sua comissão preparador físico ou auxiliar técnico (mesmo que o preparador físico o ajude também em questões técnicas e táticas);
ü       O objetivo do preparador físico e do auxiliar técnico é trabalhar em função do treinador, e não o contrário.
 
Continuando esse assunto, afirmo que o preparador físico continua “vivo”, não de forma descontextualizada, mas bem integrado às posições e pontos de vista do treinador, que é o chefe da comissão técnica que trabalha com os conteúdos técnicos e táticos agregados ao treino físico na planificação do desempenho.
 
Mas essa função acabou, com certeza, para os adeptos da periodização tática. Contudo, não acredito que uma das duas seja a melhor forma, mas sim que o melhor trabalho é aquele realizado em função das aspirações, pensamentos e metodologia utilizado pelo treinador.
 
A questão maior é que a periodização tática não é sustentada pelos trabalhos com jogos reduzidos ou mesmo treino físico com bola (como alguns acreditam, aliás, não há treino físico nessa forma), ela é justamente uma questão de entendimento de seus mecanismos e de uma compreensão profunda de como ocorrem as adaptações pelo treino sustentado no modelo de jogo.
 
Assim, não é aconselhável se aventurar por ela sem esse entendimento e, portanto, é melhor continuar com a outra linha em que a fragmentação pode facilitar o planejamento e o entendimento dos fatores.
 
Finalizo esse artigo aconselhando os jovens preparadores, treinadores e dirigentes a considerarem a última afirmação para que haja um entendimento único em seus respectivos clubes e comissões.
 
*ARTIGO PUBLICADO E EXTRAIDO NO SITE UNIVERSIDADE DO FUTEBOL
                    

terça-feira, 27 de julho de 2010

CONCEITO DE FUTEBOL TOTAL

Um caminho holístico na busca do alto rendimento






Futebol total, mais do que um termo em evidência, representa uma forma de abordagem que considera os aspectos táticos, técnicos, físicos e psicológicos de maneira não fragmentada mas sim sistêmica, não como a somatória de fatores mas o produto de seus componentes e não como uma receita mas sim como um desafio constante pra cada situação ou para cada contexto.


Alguns podem chamar isto de bom senso, outros menos entendidos chamam de não científico (deve ser porquê acham que as pessoas são "programadas" pelos números que representam suas avaliações). Enfim, outros mais questionadores(assim com eu) procuram conceituar o futebol com uma ciência holística.


De acordo com Pierre Weil(2006) "a palavra holística nestes últimos 20 anos tem penetrado progressivamente no âmbito da filosofia, da teologia, da educação, da ecologia, da economia, e demais domínios do conhecimento humano. Ela representa na realidade todo um movimento de mudança de sentido, não somente da ciência mais ainda de todo conhecimento humano".


Ou seja, o futebol total representa uma mudança de paradigma para uma relação mais do que estreita entre as áreas de conhecimento e as informações recebidas e entre as tomadas de decisão na preparação e formação de uma equipe.


Sejamos diretos: Não existe no futebol uma verdade que seja definitiva para todas as situações, seja no âmbito do treinamento, seja na formação de uma equipe. Com isto, hoje, acredito que mesmo a periodização tática que é, dentre as linhas de trabalho, a que mais se inseri neste sentido, precisa ser revista e precisamos reconsiderar pontos que comprovadamente nos darão informações importantes do potencial de rendimento dos jogadores, assim como não podemos qualificar atletas apenas por resultados em avaliações e testes físicos.


Precisamos mais do que nunca, parar de práticar teoria com a forma de tentativa e erro/acerto, e sim teorizar a prática para buscarmos aquilo de que necessitamos para o nosso trabalho: planejar o futebol e não suas partes.


O ser humano, e principalmente o atleta, não merece ser vítima do padrão, da regra e da linha de produção tecnicista.


É necessário ,finalmente, parar de buscar a "receita de bolo" por que ela simplesmente não existe, o que realmente existe é a nossa capacidade de gerir nosso conhecimento.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

POR QUÊ A COPA DA ÁFRICA FOI UM AVANÇO:

UMA OBSERVAÇÃO SOBRE O QUE AS EQUIPES NOS MOSTRARAM

Se para alguns críticos a Copa do Mundo da África do Sul foi uma competição feia e pouco atraente do ponto de vista do espetáculo no campo,a minha percepção foi outra.
Sem dúvida, a quantidade de dribles e "gols de placa" não é a mesma e o futebol também não é. O jogo passou por fases ao longo da história em que no início o aspecto técnico era o fator mais decisico no jogo, logo em seguida a preparação física tomou seu espaço com muita propriedade, e depois se tornou evidente já no final no século passado até os dias de hoje a evolução do componente tático e a preparação mental vai tomando seu espaço ainda que timidamente.
Só que mais do que a evolução de componentes isolados deste esporte, está o desenvolvimento, a preparação e a concepção do futebol enquanto universo de conhecimento indivisível, desfragmentado e portanto um sistema em seu conceito ou definição.
Assim, considerando as equipes que foram mais longe na competição e outras que não o foram mas demonstraram uma qualidade no seu jogo coletivo, ficou evidente que o futebol enquanto jogo coletivo é ávido (mas não carente) por trabalhos que consideram os atletas como parte de um sistema e não um mero conjunto de partes isoladas, cada qual com sua técnica(que sem dúvida é muito importante).
Os jogos que se passaram, nos mostraram que as melhores equipes, não necessariamente o são por causa dos melhores jogadores, mas também pela aplicação destes ao modelo de jogo proposto ou a como conseguiram assimilar e se mobilizar para cumprir funções e "brigar" pela bandeira de seu país(haja vista o tempo escasso de preparação).
Ficou claro que os países que chegaram nas últimas fases investem forte na formação de atletas, ou seja, no desenvolvimento de metodologias de treinamento, bem com estruturas de captação e físicas para o desenvolvimento de um projeto de formação. Neste sentido, o Barcelona nos dá um grande exemplo com sua política de sistema de jogo padronizado, além de PSV e AJAX que tanto produziram de material já divulgado pelo mundo a respeito de treinamentos físicos, técnicos e táticos.
O que esperávamos a 10 anos atrás sobre evolução no futebol, está acontecendo e os países, ou clubes, ou mesmo profissionais que não se engajarem neste processo estão condenados a ficar para trás no mundo do futebol.
Senhores, bem vindos ao futebol moderno!!!
Percepção e entendimento são o princípio para o sucesso no futebol holístico de hoje. Montar equipes não é distribuir coletes, nem se comportar como profetas do acontecido.
Mãos a obra, 4 anos passam rápido.
Um abraço

quinta-feira, 8 de julho de 2010

SISTEMA DE JOGO OU MODELO DE JOGO?

Durante as últimas décadas o futebol evoluiu em todos os aspecto, desde a participação da mídia até as metodologias de treinamento. Com os sistemas de jogo, que nada mais é do que a disposição dos atletas no campo, não foi diferente.4-4-2, 4-3-3, 3-5-2, 4-5-1, são exemplos de sistemas de jogo, muitos hoje nem são mais utilizados normalmente e são sempre discutidos por profissionais da área, especialistas de imprensa e até pelos torcedores nas mesas de buteco. Será que o sistema é fundamental para a vitória como alguns defendem? Ou será que são apenas números que representam a maneira de melhor encaixar os jogadores na equipe?
Um outro conceito vem ganhando espaço no futebol de alto nível e merece especial atenção: Modelo de jogo.
Modelo de jogo é  a maneira ou padrão de jogo de uma equipe, é definido de acordo com a característica dos atletas que vão fazer assim o sistema de jogo, anteriormente definido, funcionar. O modelo de jogo é a cara do time, e que pode ser de marcação meio-campo e contra-ataque, de posse de bola no campo ofensivo sempre marcando o lado da bola, dentre outros, enfim, é o comportamento padrão da equipe. Por isso o técnico José Mourinho falou em uma das entrevistas que precisa do jogador certo e não dos melhores. Eu tenho o hábito de falar que se você contratou um engenheiro, então o mande fazer o serviço do engenheiro, se contratou pedreiro, mande fazer o trabalho de um pedreiro. Acho que fica fácil entender esta analogia. No futebol, a forma de jogar de uma equipe deve estar totalmente de acordo com os atletas que possui e com a cultura do lugar e clube em que se trabalha, desta forma podemos perceber porquê é preciso dos jogadores certos, pois estes precisam possuir a capacidade de executar o modelo de jogo proposto. É preciso entendimento profundo do futebol não apenas para perceber isto mas também para aplicar isto no campo prático.
O futebol enquanto modalidade não deve ser vista de maneira fragmentada por quem comanda uma equipe, em multi-áreas isoladas como psicologia, tática, técnica e física, não há como separar pois elas acontecem de forma simultânea. Muitas vezes são treinadas de forma isolada, mas não podem ser utilizadas de maneira isolada para explicar o que acontece no jogo. 
Por tanto, o sistema de jogo de ser utilizado como mecanismo para fazer funcionar o modelo de jogo. Assim, existe uma hierárquia nesta relação em que o modelo de jogo é o"norte" que vai direcionar o treinamento dos outros aspectos do treino e da formação da equipe e isto precisa estar bem claro para o treinador.

Wladimir Braga

terça-feira, 6 de julho de 2010

CONCEITO DE ATLETA DE FUTEBOL

Um dos maiores equívocos, quando se discute a respeito de atletas de futebol, se refere a confusão entre os termos jogador habilidoso e jogador de boa técnica, este segundo com certeza mais importante e fundamental na montagem de boas equipes.
O jogador habilidoso e aquele que possui um a capacidade de fazer malabarismo com a bola, dribles diferenciados, embaixadas com a canela, enfim o atleta que consegue realizar movimentos que poucos conseguem com a bola.
O jogador de boa técnica, e aí está a grande diferença, tem o domínio dos fundamentos técnicos, que com o perdão da redundância, são "fundamentais" à prática do futebol. Ou seja, passa e chuta bem com as 2 pernas, tem um bom domínio, sabe cabecear e driblar de maneira eficiente, coisas que muitas das vezes o atleta chamado de habilidoso(que muitos errôneamente chama de "craque"), não consegue fazer.
O craque além de ter boa técnica e ser habilidoso com dissemos tem um fator crucial para possuir este título: Inteligência de Jogo.
Assim é preciso ter muito cuidado ao se falar sobre "craques", poucos o são e poucos vão ser.

domingo, 4 de julho de 2010

O PERFIL DO NOVO TÉCNICO DA SELEÇÃO BRASILEIRA

Com a saída de Dunga e as especulações já anunciadas, qual o perfil do treinador que a CBF vai escolher para comandar a "nova" seleção brasileira?
 Acredito que um dos itens indispensáveis seria experiência na área de atuação, ou seja, um profissional que já tenha anos de trabalho com equipes de futebol e principalmente no alto nível de desempenho. Um outro aspecto que julgo importante é o histórico de conquistas mostrando que o novo treinador tem um retrospecto vencedor na carreira. Em terceiro e não menos importante que os anteriores, o novo comandante precisa ter um formação, ou se preferirem, estar preparado para exercer a função não apenas do ponto de vista acadêmico mas também de relacionamento. Continuando a lista de virtudes que julgo como fundamentais para quem vai exercer um cargo de extrema relevância neste país, entendo que o novo treinador precisa entender de projetos e assim precisa acima de tudo saber "gerir" este projeto que é de 4 anos. E finalmente, o novo treinador precisa ter em mente que acima das convicções pessoais está a cultura de um povo que exige um futebol ofensivo, com o que os comentaristas chamam de alegria pra jogar mais eu prefiro definir como posse de bola no campo ofensivo e liberdade para dribles mesmo com a defesa adversária montada.
Não acredito que Dunga foi o vilão desta eliminação ou mesmo Felipe Melo. Dunga foi consciente o tempo todo de seu trabalho e confiou em sua linha de raciocínio em que a coerência e a eficiência da forma de jogar a que foram submetidos os atletas que vestiram a camisa da seleção com responsabilidade (e vestiram) pudessem nos dar o título mundial. Resultados ele teve, mas o desfecho foi triste para todos...águas passadas...pensemos agora no novo projeto da "nova" seleção e que a CBF que é a grande responsável pela escolha do novo comandante seja feliz desta vez!!!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

TREINADORES X IMPRENSA

Precisa disso?

Será que precisamos considerar os treinadores de futebol e suas comissões como ilhas de burrice?! Se for, deve ser cercada por tubarões demagogos inteligentes! Será que membros da imprensa esportiva são realmente maldosos e aproveitadores como dizem? Se for, já teriam derrubando mil treinadores!
Não é bem assim meus amigos que a coisa funciona, somos todos profissionais buscando fazer o melhor, o melhor que muitas das vezes nós julgamos ser, as vezes de maneira equivocada, o melhor que de acordo com nossas convicção vai nos fazer crescer mas no ímpeto deste crescimento deixamos o peso emocional interferir de maneira negativa.
A gente vai passar pelo esporte, pelo cenário e pelo foco momentâneo, mas é passageiro senhores!!!
Cada um tem um vida profissional, pessoal e famíliar e o que foi feito, foi feito.
Aquela velha frase que diz que não podemos criar um novo início mas podemos realizar um fim diferente(é mais ou menos assim), vale para o que está acontecendo neste momento entre os profissionais do futebol e dos meios de comunicação.
Vamos escolher o que vai ser daqui pra frente, ninguém é inimigo de ninguém. Aliás a gente escolhe os nossos inimigos.
E por fim, chega de demagogia minha gente: o que é certo é certo, o que é errado é errado não importa de onde venha.
Vamos sair de cima do muro.
Obrigado
Wladimir Braga

segunda-feira, 21 de junho de 2010

FUTEBOL DE BASE - PILARES DO SUCESSO NA REVELAÇÃO DE TALENTOS

São 3 os pilares para o sucesso no processo de formação e revelação de talentos:

1-Captação
2-Estrutura
3-Metodologia

  1. A captação é a busca do jovem em potencial para se transformar em atleta de futebol de alto nível, quem consegue buscar os atletas mais qualificados dentro de um perfil físico, técnico e tático exigidos no futebol moderno faltalmente será o clube que vai lucrar, desde que também esteja de acordo com os dois itens seguintes.
  2. A estrutura seja física com alojamentos, campos, equipamentos, etc, seja funcional, com uma lojística e eficiência administrativa permite ao atleta um desenvolvimento com suporte e apoio para que este possa se concentrar apenas no seu trabalho de aperfeiçoamento e melhora de desempenho.
  3. A metodologia é o que chamamos de "linha de produção", cada categoria possui metas de treinamento de acordo com as fases sensíveis de maturação do atleta. Essas fase devem ser preenchidas com os devidos conteúdos que vão potencializar a capacidade do atleta de se transformar em jogador profissional.
Todo o restante que possa ser citado está relacionado sempre com um destes 3 pilares citados, se um clube consegue desenvolver seu trabalho de formação em cima deles, a possíbilidade de lucro com revelações é grande.
A equação é simples, pode ser cara, mas dá certo.
O ranking das categorias de base publicada pela revista Trivela demonstra bem este modelo, as 4 melhores se encaixam bem neste perfil.
Observem e confirmem.
Obrigado!!!

terça-feira, 1 de junho de 2010

O fim do preparador físico no futebol

Uma reflexão a respeito dessa função
Wladimir Braga
A modalidade futebol é caracterizada como esporte de tomada de decisão em que todas as capacidades físicas são solicitadas de maneira variável de acordo com momento tático do jogo ou natureza competitiva de cada partida.

No treinamento, ao isolarmos as valências estaremos desenvolvendo o “físico” para aquela exigência treinada de forma isolada, mas não melhorando a performance do atleta para o futebol.

Um atleta veloz, forte ou resistente não necessariamente é um jogador de futebol veloz, forte e resistente.

Sendo assim, para a formação de equipes e atletas, se torna necessário embutir as capacidades físicas em cada variável tática aprimorada e assim eliminar o maior equívoco do treinamento em esportes coletivos: por que realizar periodização física num esporte que é tático? E ainda, num esporte de jogos durante todo o ano, em que momento está o pico de rendimento?

Continuando o raciocínio, as categorias de base do Brasil precisam repensar um acontecimento freqüente: testes físicos.

Os testes não aprovam, não reprovam e não escalam jogador. Definitivamente, se o método situacional de treinamento (jogo) for utilizado, as informações dos testes de nada servirão.

Se o jogador cumpre função tática, o que um teste físico vai nos dizer?

De repente, para o fisioterapeuta, vai ajudar a diagnosticar alguma coisa (velocidade e impulsão).

Assim, a partir do momento em que a periodização tática comanda o processo de organização do treinamento, a forma de treino situacional é utilizada como ferramenta, abordando a capacidade de jogo caracterizada não por parâmetros físicos, e sim pela cognição, podemos concluir que a forma não é física, e sim tática. O componente físico está embutido no tático, é um engano separar.

Desse modo, qual seria o papel do preparador físico tradicional hoje?

Na prática, “atrasar a vida do treinador”, porque os tradicionalistas ainda acreditam no mito da “base aeróbia” como desculpa para colocarem os atletas para trabalhar “fisicamente” no início da temporada e assim cometerem mais um engano: a velha divisão: o físico, o técnico e o tático. Logo, chamam o tático e o técnico de não físico.

Daqui pra frente, esse profissional vai ser alvo de muitas discussões. Cabe a ele acompanhar as mudanças e se moldar às exigências do futebol. Não é o fim do indivíduo e sim a concepção dessa função. Talvez uma forma mais ampla de pensar o futebol será atribuída a esse profissional. Alguém que seja um “link” com as áreas de conhecimento e assim com todos os setores envolvidos na performance da equipe.

Não podemos falar em números para que isso ocorra (cinco, dez ou 15 anos), mas esse profissional vai ter de se aprimorar no treinamento preventivo juntamente com os fisioterapeutas e assim trabalhar na única capacidade física que realmente é treinada de forma pura (força). Talvez seja o único momento em que o atleta treinará de tênis (na sala de musculação).

Ainda sim, esse nome, preparador físico, provavelmente passará a se chamar auxiliar-técnico. O novo auxiliar terá como função trabalhar variáveis táticas isoladas, auxiliar o treinador na elaboração da periodização tática, nos trabalhos técnicos e principalmente, considerando seu conhecimento teórico, ajudar no controle dos conteúdos ministrados (volume/intensidade/objetivo tático).

Portanto, é fundamental que os clubes e os centros de conhecimento repensem o trabalho deste componente da comissão técnica.

* Preparador Físico do Clube Atlético Mineiro e membro do GEAF.
**artigo extraido do site Universidade do Futebol

CRESCIMENTO PROFISSIONAL: QUAL A RECEITA? EXISTE?

Como primeira publicação deste blog, achei importante levantar uma questão que passa pela cabeça de muitos jovens profissionais e até de profissionais experientes. Como administrar uma carreira que para alguns é de futuro incerto e para outros uma aposta arriscada? Como lidar com instabilidade e luta pela inserção no chamado "circuito profissional do futebol"?
Acredito, até o momento, que não há uma única receita, nem um único caminho. Eu comecei com estágios num Colégio com equipes de futsal e futebol como treinador, estou nas categorias de base do Galo Mineiro e espero alcançar níveis mais altos na profissão. Acho que, processo parecido, vive muitos outros jovens profissionais. Mas alguns itens se tornam evidentes e são exigência para chegar onde queremos.
Em primeiro lugar uma meta definida do que queremos, ou seja, para onde vamos. Em segundo lugar, traçar um plano de como fazê-lo, quais são as etapas que precisamos conquistar para chegar ao destino almejado. O terceiro ponto é a aprendizagem constante, o ato de se preparar sempre para as oportunidades que surgirem. Em quarto lugar, mas não menos importante, é o estabelecimento de uma rede de contatos, conhecer pessoas, é preciso ser conhecido, afinal quem não é visto não é lembrado. E finalmente o quinto ponto observado e onde ocorrem os maiores equivocos ou desleixos é saber para onde caminha o mercado, alterações observadas nas funções, bem como as exigências de qualificação, o futebol, apesar de tradicional e cultural sofre mudanças que são invisiveis aos olhos de quem sonha em apenas conquistar uma vaga com alto salário pelo bom relacionamento, as relações mudam, principalmente nos cargos de acordo com o funcionamento da empresa que se move pelas tendências do mercado e da evolução metodologia e tecnologia.
Assim é preciso conhecer, que tipo de formação exige o futebol moderno, que mudanças estão ocorrendo na função em que trabalhamos e em que estágio estamos neste processo para sabermos como direcionar o aprimoramento.