quinta-feira, 23 de setembro de 2010

CONVIVENDO COM O TRABALHO DE LUXEMBURGO

Acho que todos devem estar anciosos para ler alguma polêmica a respeito do que percebi a respeito de Wanderley Luxemburgo, convivendo com sua comissão técnica por 8 meses e há 8 anos trabalhando nas categorias de base do Clube Atlético Mineiro tive a oportunidade de conhecer um grupo de trabalho que tem como filosofia uma linha de pensamento totalmente profissional e que tentou aproveitar o gigante adormecido que é o galo para tentar realizar o grande trabalho de suas vidas. Acredito que hoje o Atlético está entre os melhores clubes do Brasil e Wanderley Luxemburgo acertou quando fechou com Alexandre Kalil, assumir o galo em 2010.
Mas vamos ao que interessa: Qual foi a percepção do trabalho e da comissão técnica de Luxemburgo no Galo?
  • Luxemburgo deu total acesso aos profissionais das categorias de base aos experientes e vencedores membros de sua comissão técnica para troca de informações e ajuda no que se refere metodologia de trabalho .
  • Luxemburgo palestrou para atletas da base para implantar um conceito de gestão e de trabalho.
  • Sua comissão demonstrou perante aos profissionais de futebol de base do clube um comportamento acessível e humilde de maneira que todos pudessem entender e aprender o que os fez um grupo vencedor.
  • Trouxe pra base um reforço fantástico que foi o ex-árbitro Wagner Tardelli que com certeza acrescentou ao trabalho de formção dos jovens atletas do Galo.
  • Demonstrou respeito à história do Clube Atlético Mineiro ao estabelecer boas relações com nosso gerente de futebol o Sr. André Figueiredo, uma pessoa com alto nível de profissionalismo e com muito conhecimento de futebol e de Galo, além de valorizar o treinador do sub-20, o professor Rogério Micali que é um profissional vencedor e formador de grandes jogadores.
  • Não obteve bons resultados de campo pela campanha no brasileirão 2010, ao não conseguir dar o padrão de jogo que o próprio defendeu ao assumir o clube que é de posse de bola no campo ofensivo.
  • Demonstrou que apesar do talento que lhe é natural, que mesmo sendo um profissional de ponta do futebol brasileiro, que precisa rever o que realmente aconteceu pra não manter o mesmo nível de desempenho que sempre obteve em outros clubes.
  • Tem comando, mas precisou sair pra executar o item acima.(Kalil foi sábio)
Entendo que Luxemburgo tentou executar no galo um projeto de alto nível mas não conseguiu,o atleticano procurou acreditar no trabalho mas perdeu as esperanças e a imprensa procurou preservar o curriculo do professor mas acabaram os argumentos.
Não deu certo. É simples assim, a base está trabalhando com eficiência, o clube paga em dia, mas o profissional não deu resultados.
Infelizmente nosso presidente teve que tomar esta atitude, mas pensando nos atleticanos, assim como seus filhos.
Sucesso ao novo treinador, sucesso ao presidente Alexandre Kalil, que o galo se mantenha na série A e retorne ao curso das conquistas!
Abraço a todos
Obrigado

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

APRENDENDO A ANALISAR FUTEBOL COM QUEM É DO DIA-DIA E NÃO GOSTA DE PAPO FURADO

Vamos direto ao ponto!O que existe de verdade no futebol neste país em que o circo está montado durante toda a temporada?Podemos dizer que muitos conceitos científicos são jogados no ralo, nas atitudes, nos treinamentos e nas entrevistas.






Então vamos logo com isto pra ninguém ser enganado pelos velhos discursos e demonstrações de pseudo-organização no trabalho das comissões técnicas:


  • Pré-temporada no futebol brasileiro é pura mentira: É impossível, com nosso calendário possíbilitando apenas 10 a 15 dias de treino, preparar os jogadores de maneira que eles consigam suportar toda a temporada.É até uma piada, não é tempo suficiente pra gerar adaptação neuromuscular ou cárdiovascular em atletas profissionais. Esqueçam! O que existe chama-se temporada de futebol e as cargas são organizadas sempre em função deste calendário, ou seja, temos que estar bem pro próximo jogo.
  • Pico de rendimento ou performance e outro papo-furado, não existe, futebol é resultado, é bola na rede e o próximo jogo é sempre onde precisamos estar em melhores condições pra vencer.
  • Preparador físico não ganha jogo, time de futebol é produto do treinador, de como ele organiza a equipe, aproveita seu corpo multidisciplinar(seu staff) e as informações que ele recebe.
  • Equipe bem preparada não é definida só pela condição física, mas principalmente pela forma como os atletas se adaptam ao modelo de jogo proposto pelo treinador,afinal de contas isto não é hipódromo, não estamos lidando com cavalo.Já ví muito atleta com excelente condição física(que é uma condição básica pra jogar bem) serem fracos técnica ou táticamente e assim não produzirem nada.
  • Essa história que jogador TEM que correr, fazer saltos ou treinar assim ou assado também é balela, é papo pra boi dormir. A melhor metodologia é aquela que se adapta melhor à linha de trabalho do treinador.
  • Futebol é um esporte coletivo, então vamos aprender a analisá-lo como tal, sem essa que fulano é bom ou ruim, ou dá certo num time e não no outro.Nínguém fica ruim ou craque de uma hora pra outra, o que existe é que determinado jogador não se adaptou a determinado modelo de jogo, a idade já pesou ou o cara tá na noite.Precisamos diminuir a análise indiviual e priorizar a coletiva(tática)
  • O melhor jogador pra equipe não é aquele que tem o melhor desempnho nos testes físicos (por que não vão achar jogadores nas provas de atletismo) ou tem melhor habilidade técnica (então chamem estes caras que trabalham no circo ou fazem mil embaixadinhas nos estádios antes do jogos), o melhor jogador é aquele que cumpri função tática, faz em campo aquilo qué pré-determinado em funçaõ do modelo de jogo estabelecido pelo treinador.
  • Esta coisa de melhor futebol do mundo é uma máscara utilizado pra se esconder atrás de um pentacampeonato. Pra começar nossos treinadores não trabalham em lugar nenhum no mundo salvo aquela meia dúzia de famosos o resto que esta lá fora está porquê tem esquema com empresários em que eu preferiria ficar no Brasil sem medo de ser feliz.
  • Alíás com relação ao item anterior, no Brasil a grande maioria não contrata treinador pelo trabalho e sim pela imagem que ele transmite, ou se ele tem relação com empresário x.
  • Acredito que temos alguns bons profissionais no futebol profissional, aqueles com várias taças no armário e com sequência de conquistas, não aquele que ganha um título e fica de galho em galho acumulando rebaixamentos.
  • Os melhores treinadores do Brasil e uma safra melhor de profissionas virá numa próxima geração em que jovens preparados em categorias de base de grandes clubes e com formação acadêmica adequada surgirão pra mostrar ensinar aos reservistas de mercado(víde último artigo), que pra ser treinador tem que preparar pra exercer a profissão.Independente se deu meia dúzia de chutes na bola ou se passou pelo meio universitário.
  • Se algum profissional de imprensa começar um frase com "não estou dizendo isto mas..."é porquê ele está justamente afirmando ou sugerindo aquilo que ele nega (perguntem aos psicólogos).
  • Normalmente a imprensa não sabe o que se passa nas categorias de base, seja pra falar bem ou mal. Não sabem o que se passa lá dentro e nem possuem o costume de dar uma "olhadinha". Observem que existem excelentes ou péssimos profissionais, assim como em toda atividade ou emprego.
Acredito que com essas informações já podemos avaliar melhor o que acontece dentro e fora de campo e tirar nossas conclusões. No Brasil faltam conceitos de futebol, coisa que sobra em países como Portugal, Espanha, Alemanha e Itália. É preciso que as coisas sejam vista de maneira simples e direta, pois alguém pode achar que quem não tá no meio é bobo e aceita qualquer coisa ou desculpa.
E tenho dito!!!

domingo, 5 de setembro de 2010

SÍDROME DA RESERVA DE MERCADO NO FUTEBOL

Considerando o mercado de trabalho do futebol, bem com o perfil dos profissionais engajados em se inserir nesta área, pode-se observar ainda alguns sinais de conflito entre pessoas de diferentes origens de formação.
Ao conversar com ex-atletas profissionais, bem como professores de EducaçãoFísica, pude notar nos "tipos" em algum momento de menosprezo ao outro. Ou seja, ainda alguns ex-atletas se acham mais capacitados pra atuar como treinador porquê jogou e/ou se acha com mais direito por ter estado no centro das atenções se escondendo atrás do que foi e da nostalgia romântica do torcedor. Em contra-partida alguns professores de Educação Física se julgam com uma formação melhor por passarem pelo banco da escola e conhecerem alguns artigos científicos que na verdade nada tem a ver com a prática do futebol e também se escondem atrás do diploma que apesar de conquistado com mérito não o qualifica como merecedor de um cargo no futebol.
Para chegarmos à alguma conclusão precisamos pensar em algumas questões que poderão clarear nossa discussão:
  • A experiência de atleta profissional garante a capacidade de alguém se tornar treinador?
  • A imagem adquirida ao longo dos anos de atleta garante sucesso na vida de treinador?
  • Os cursos de Educação Física preparam realmente os graduandos para o função de treinador?
  • A maioria das pesquisas científicas repetem as situações vividas no campo prático do futebol?
  • Existe padrão no histórico de formação dos treinadores que conhecemos de sucesso no mercado nacional?
  • Em qualquer das situações ex-atleta ou graduado em Edicação Fisica, o histórico de formação é mais importante do que o perfil do profissional?
Se assim como eu, você respondeu não a todas estas perguntas, podemos caminhar na direção que todos orgãos, escolas e clubes de futebol precisam seguir: o da qualificação!
Hoje (05/09/2010), no Jornal Estado de Minas, na Coluna do Tostão, li um crítica ao técnico do São Paulo, o professor Sérgio Baresi, pela utilização de termos técnicos científicos, o que Tostão se esquece é que Baresi também é ex-atleta e se preparou para exercer a função de técnico nas sua passagem pelas categorias de base de São Caetano, Santo André e São Paulo e com certeza utiliza de termos técnicos nas entrevistas e de tecnologia no trabalho de campo por estar atualizado e não precisar lembrar do passado para exercer sua função.
Hoje é fato que temos nas categorias de base, a melhor escola de formação de treinadores, é onde são, na prática, preparados os melhores treinadores e outros componentes de comissão técnica.
Mas quando falamos em qualificação, é preciso lembrar que a CBF em parceria com a PUC-MINAS lançou o curso de capacitação de treinadores de futebol em níveis de formação como ocorre na Europa e com algumas exigências que abrange ex-atletas e graduados em Educação Fisica. Uma iniciativa que realmente deu um norte a quem quer se tornar treinador de futebol, para quem futuramente vai contratar, mas ainda não uma garantia de qualificação que podemos dizer que precisa reunir um conjunto de fatores fundamentais:
  • Passagem pelas categorias de base;
  • Atualização constante;
  • Perfil pessoal e profissional de integridade e liderança;
  • Habilidade de Relacionamento;
  • Habilidade em leitura de jogo;
  • Capacidade interdisciplinar.
A qualificação profissional não é um coisa institucional e sim de maneira de cada um se preparar para exercer a função, bem como a capacidade individual, ou competência para realizar as funções que se exige de um técnico. Se eu precisar de um atacante chamo o Neymar, agora se precisar de um treinador vou procurar o Sérgio Baresi que se preparou pra exercer a função. O Neymar pode ter 20 anos de futebol que ainda sim não será suficiente para torná-lo um treinador. Assim como não foi pra Rivelino, Tostão ou Pelé. E nem  pra Pablo Ruan Grecco, Antônio Carlos Gomes ou Dietmar Samulsky (Professores Doutores de renomadas Universidades do país) que sem dúvida possuem grande conhecimento, mas isto não os torna em condições de comandar um equipe de futebol.
Acho que desta forma temos um ponto de partida para acabarmos com esta disputa inútil por reserva de mercado, hoje quem chegou no futebol o conseguiu porquê dentro do ambiente futebolístico fez o que foi preciso para merecer o cargo que ocupa, mas é preciso que a idéia da qualificação profissional aliada aos cursos de capacitação seja bem pensada pelos gestores e por aqueles que desejam se aventurar no mundo do futebol.
Enfim, esta "doença" tem cura.
Obrigado