quarta-feira, 2 de março de 2016

TÉCNICOS DO FUTEBOL BRASILEIRO X TREINADORES DE PLAY STATION



Acredito que entendemos o recado em termos técnicos a respeito daquilo que precisamos fazer para nos reafirmar como o país do futebol. Estudar e pesquisar o esporte, aprimorar nossas bases científicas e nos preocupar com a formação de nossos profissionais têm sido foco de preocupação de conceituadas Escolas deste país (UFV e UFMG, por exemplo). Tenho observado muitos colegas investindo até o que não podem em cursos de capacitação e atualização profissional. José Mourinho, recentemente mencionou "conhecimento ao alcance de todos contribui para mediocridade porque as pessoas deixam e produzir o próprio conhecimento." Disse bem, mas fico feliz em afirmar que aqui em nosso país professores universitários têm trabalhado muito para produzir conhecimento e treinadores têm buscado aproveitar essas informações para construir seus modelos de trabalho.
 Pelo menos dentro de campo, é nítido que estamos nos trilhos, com alguma metragem ainda a percorrer.
 A considerar o cenário atual, em breve, mudanças no perfil do treinador brasileiro vão ocorrer. Haverá um tempo, que nossos clubes serão ocupados por treinadores preparados e com interessantes ideias de jogo (colocadas em prática). Vejamos em termos práticos:

Enderson Moreira, Ricardo Drubsky e Marquinhos Santos fazem parte de uma geração que já tem Mano Menezes e Tite (este já a mais tempo no mercado, mas com novas idéias em prática). 


Rogério Micale, na seleção brasileira sub-20, já demostrou ser possível aliar organização tática com o jogo "abrasileirado" de futebol. 
Em breve, profissionais como Diogo Giacomini, André Jardine, Osmar Loss, Marcos Valadares, Cristian de Souza, Bruno Piveti, Marcelo Vilhena, Ricardo Leão de Andrade (este já no Campeonato Mineiro do Módulo I) e Ricardo Resende estarão se juntando a outro talentoso profissional, Leonardo Condé (Bragantino), nas principais competições do futebol brasileiro. E ainda, não podemos deixar de mencionar, voltando de duas ótimas temporadas na maior equipe do futebol Angolano, o nome de Alexandre Grasseli. Todos estes nomes, e poderíamos citar outros tantos, reforçam os argumentos de que existem excelentes treinadores brasileiros em condições de abrilhantar nosso futebol e aproveitar nossos talentos com o "nosso jogo", "bem brasileiro".

Contudo, muito cuidado! Ser novo não é ser bom.
Precisamos nos preocupar com outra parcela de "novos". Aqueles que ficam em casa assistindo clubes europeus (não que seja um problema, mas só europeu???), falam como se entendessem, mas não representam a mudança que o futebol brasileiro precisa. Dá pra reconhecê-los em qualquer roda de conversa, apelidei-os de "treinadores de Play Station", se preferirem, pode ser de "X-Box". Falam bonito, mas não gostam de considerar o fator humano, o ambiente de grupo, o jogador brasileiro e o nosso futebol. Vislumbram em si o terno caro e os aplausos, mais do que qualquer outra coisa. O ego deles é maior do que a língua.  Mesmo assim, tenho certeza que o mercado irá expeli-los, naturalmente. Afinal, não sabem o que é trabalho duro.
Assim entendo como estamos em termos de profissionais. 
Forte abraço!

domingo, 28 de junho de 2015

FUTEBOL BRASILEIRO: ACHO QUE JÁ CHEGA DE AUTO-FLAGELAÇÃO PATRIÓTICA!

     Certo! Paramos no tempo, não estudamos o futebol, caímos na mesmice, fomos ultrapassados por várias seleções, nossas categorias de base não desenvolveram projetos reconhecidos, nossos treinadores estão ultrapassados, nossos jogadores estão desaparecendo, gestão incompetente...blábláblá... e agora?  Chega de auto-flagelação e vamos ver o que acontece de verdade.
     Quando as críticas ao futebol brasileiro viram "mantras", é sinal que os críticos também ficaram ultrapassados ou se tornando papagaios midiáticos. Ao observar nosso desempenho no mundial sub-20, no jogar de equipes de base e pelos jovens técnicos surgindo de forma crescente, podemos considerar aquela máxima que diz que "toda unanimidade é burra". Afinal, não podemos generalizar apenas pelos "grandes", é preciso conhecer toda estrutura, participar de processo e conviver com a realidade no dia-dia para podermos, enfim, emitir uma opinião exata e produtiva. Isso não quer dizer que precisamos fechar os olhos para nosso problemas, mas que precisamos parar de ser simplistas e nos livrar da tão incomoda "síndrome de vira-lata"


     É preciso parar com "picuinhas" de "caça às bruxas" e entender que não se muda um cenário de crise da noite para o dia, pensar o futebol, desenvolver trabalhos e melhorar nossa formação são caminhos obrigatórios. Neste sentido, podemos fundamentalmente constatar e entender que podemos sim produzir conhecimento por aqui, e já acontece. Não são poucas as publicações nas diversas áreas do rendimento esportivo encontradas em nossas escolas, não são poucos os novos treinadores que buscam conhecimento no Brasil. O curso de treinadores da CBF, quer queiram, quer não, é uma relidade, profissionais têm estudado a análise de desempenho e buscado cursos que se disseminam pelo país. Intercâmbio é sempre bom, agrega e enriquece nosso conhecimento, mas ninguém precisa sair do país para se tornar qualificado. Importante reforçar, não disse que não seja importante buscar conhecimento fora, mas futebol brasileiro se aprende no Brasil, não fora.
   
Me desculpem os mais radicais, mas organização tática não é sinônimo de futebol europeu. Nossa seleção sub-20 comprovou que a receita é organização tática com o jogar brasileiro, estimulando aquilo que temos de diferente em relação ao mundo. No 11x11 universal, ninguém tem o 1x1 como jogador brasileiro, não há lugar no mundo onde a criatividade seja tão evidente e tão possível de ser estímulada com em nossos país. Chega de defender o "pimbolim (totó)" europeu! Hora de re-construirmos e reforçarmos "nosso jogo", de concentrarmos nossas atenções nos "novos novos", esquecer os "novos velhos" e mostrar ao mundo que aqui tem futebol, sim sinhô!

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Marcação por Zona e a Copa do Mundo de 2014

Sem dúvida, essa é a Copa da consolidação da marcação zonal, mas não aquela antiga "individual por zona", não aquela Zona com os 10 atrás do meio campo "passou pegou". Estamos falando de marcar o espaço, de negar determinado espaço à equipe adversária, dificultando o jogo em profundidade ou mesmo bloqueando aquela circulação no campo defensivo. Estamos falando entendimento da estratégia, de modelo de jogo, de "jogo cerebral".




A preparação, a muito deixou de ser essencialmente física, como ainda alguns "teimosos" acreditam, não se limita a recuperar atletas em fim de temporada do futebol europeu. Aquelas seleções que buscaram construir, acima de tudo, um jogar que pretendem para a Copa e aboliram o "circo" do satisfazer interesses midiáticos, têm mostrado um desempenho interessante neste sentido. Defender espaços, ter a bola como referência, determinar as ações adversárias, prever e induzir os adversários e seu ataque, são aspectos que são bem observados em uma defesa a zona e que grande parte das seleções, e não necessariamente as favoritas, têm apresentado, por isso podemos afirmar que, em âmbito mundial, o futebol está evoluindo, é um processo irreversível, quer queiram, quer não!











Contudo, sem um mudança na concepção metodológica não haverá resposta "em campo", sem entender que futebol é mais do que a soma das partes, fica difícil acompanhar o crescimento do futebol nestes tempos. Do contrário, quem ainda quiser depender de talentos individuais, que também já foram engolidos pelo ótimo jogo coletivo de algumas seleções, e cujo, seu país ainda insiste em permanecer com o velho, arcaico e ultrapassado circo midiático, "vão ficar ou já estão pra trás"!






domingo, 15 de junho de 2014

COPA DO MUNDO E A GLOBALIZAÇÃO DOS CONCEITOS DE JOGO


Começou a Copa do Mundo no Brasil e começamos, todos nós, profissionais, comentaristas e torcedores, a analisar, discutir e especular sobre o jogar de cada seleção. Nestes dias iniciais de competição, aquelas diferenças técnico-cognitivas(e me permitam nomear assim pra não incorrer no equívoco do gestual isolado, me perdoem os colegas de trabalho), ou seja, as diferenças individuais continuam evidentes entre os tradicionais campeões mundiais frente as seleções de menor expressão. Contudo, é nítido que, no que se refere à organização geral das equipes, os 5 momentos do jogo(defesa, ataque, transição atc-def, transição def-atc e bola parada), essa diferença é ínfima, pra não dizer nula.




Equador, Costa Rica, Bosnia-Hezergovina, Suíça e Costa do Marfim que o digam! Seleções bem organizadas, com bloco médio ou bloco baixo, jogando em amplitude (Bosnia) ao reconhecer o adversário com uma primeira linha defensiva mais os meias defensivos que não favorecia contra-ataque ou jogo direto. Ou mesmo o jogo em profundidade (Costa do Marfim), valorizando bem o perfil e cultura do jogo africano, e ainda a eficiente transição da Costa Rica que venceu com autoridade seu jogo de estréia.




Infelizmente, e é preciso de que sejamos justos, lembrar que as sul-americanas Argentina e Brasil não empolgaram pelo primeiro jogo, espaçamentos excessivos e dependência de alguns jogadores que se isolavam foram bem observados durante a estréia destas duas favoritas ao título. 
O mais importante é nos atentarmos para essa mudança de paradigma que vêem ocorrendo ao longo das últimas copas e assim separar o que é jogar organizado e "organização de indivíduos", o chamado sistema de jogo, aqueles números que servem para facilitar a vida dos comentaristas. 

Neste sentido, aproveitar bem a preparação é mais do que utilizar parafernálias tecnológicas, que têm sua importância em determinado contexto. É mais do que reunir os "melhores caras" ou os"caras certos" (como prefere Mourinho), não é um jogo de soma de individualidades. 





Estratégia e organização vão fazer a diferença e isso não é mais exclusividade das grandes seleções, que estão sentindo em campo que a superioridade não é "tão superior assim"!

terça-feira, 18 de março de 2014

OBSERVAR O JOGO COMO CAMINHO PARA GANHAR

Uma das grandes dificuldades nos clubes brasileiros e hoje, o grande espaço a ser ocupado e investido no futebol é a observação técnica.
Mas o que observar? Como observar?


A obra "Observar para Ganhar - O Scouting como ferramente da treinador" nos dá algumas diretrizes interessantes.
A livro do professor Nuno Ventura  mostra alguns caminhos e nos convida a pensar a respeito de como organizar e tornar funcional este processo que ainda não possui o seu devido espaço na grande maioria dos clubes brasileiros, tanto do ponto de vista de "observar em volta" como o monitorar a "prata da casa".
Definir bem o que se pretende com a observação já é um bom começo.  Estabelecer um "norte",neste processo, é fundamental. No entanto, entender o real significado do Scouting é uma premissa que precisa ser bem entendida: De acordo com Ventura Scouting é o "ato ou efeito de observar; consideração atenta de um fato para conhecer melhor".
Assim, conhecer aquilo que se está observando, seus pormenores e definir as informação que são relevantes é claramente o ponto central desta tarefa.  O clube, desta forma, precisa ter bem definido suas diretrizes desde o desempenho coletivo até aquilo que se espera de um jogador recém-formado em suas divisões de base. É preciso ser pontual, é preciso abolir as expressões vazias de informação pertinente apenas porquê determinado atleta fez algo de bom num determinado recorte de tempo.
Ventura também expõe em seu livro que "o Scouting parece dividir-se em 3 fases: Preparação (onde se define o que se quer observar; como e onde se vai observar; quem vai observar), Recolha da informação - observação- (reporta à observação propriamente dita), e, Análise da informação/planeamento (depois de recolhida a informação, é analisada e usada para planear o microciclo semanal e para analisar a performance dos jogadores)".
Estabelecer um roteiro, portanto, ajudar a evitar "achismos" e subjetividades exacerbadas, aproxima as idéias e entendimento do observador daquilo que se pretende realmente verificar, daquilo que o treinador e/ou clube querem saber. Expressões como "fulano joga muito", "aquele time é só chutão e correria" ou mesmo "não vi nada de diferente" não acrescentam em nada daquilo que precisamos saber a respeito de equipes ou jogadores. As informações precisam ser relevantes e de pronta utilização nos treinamentos. Ou seja, é preciso entender com funciona o processo de treino e como devem ser inseridas estas informações.  Um fator bem definido por Vítor Frade segundo Pivetti (2012) deve ser mencionado: "A imprevisibilidade é condição indispensável a ter que enfrentar nos jogos que é resolvível tanto melhor quanto a maximização da redundância e a maximização da variabilidade, que são a expressão do objetivo sistemático a perseguir na melhoria da qualidade, o que resulta da exponenciação do princípio metodológico da progressão complexa." Ou seja, interfere no como serão fragmentados os princípios de forma propensa à aquisição de certos comportamentos em função do que se pretende, inserir as informações desde o início da preparação para próximo jogo.
Assim, identificar comportamentos específicos face à imprevisibilidade do jogo e, a partir disto, estabelecer um "plano de voo" em função deste comportamento observável e definido, bem como pontos estabelecidos para serem observados é o grande desafio desta área de atuação, principalmente quando falamos de futebol brasileiro.
Portanto, aos clubes, estudem e valorizem esta área em seu departamento de futebol, desenvolvam instrumentos específicos a realdade e circunstâncias vividas e, aos treinadores, tenham bem definidas as informações que são complementares aos modelo de jogo almejado e desenvolvido!

Referências bibliográficas
PIVETTI, Bruno - Periodização Tática: O futebol arte alicerçado em critérios - São Paulo - editora Phorte - 2012
VENTURA, Nuno - Observar para Ganhar - O Scouting como ferramenta do treinador - PRIME BOOKS - 2013




quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

OS "PAIS DA CRIANÇA". QUANTA SOBERBA! QUANTA ARROGÂNCIA!

     Chegado o ano da Copa do Mundo no Brasil, momento em que seremos centro de atenções internacionais, tenho acompanhado já faz algum tempo, de forma descarada e vergonhosa, a quantidade de postagens, comentários e até reportagens de profissionais do futebol chamando a si mesmos como os "pais da criança" no que se refere à modernidade em metodologia de treinamento. Beira ao ridículo profissionais mais experientes falando que já faziam isto ou aquilo já há muitos anos, gente falando que treina com bola desde o primeiro dia pensando que isto é ser "Específico", quando na verdade é "específico" e desdenhando de quem chega atualmente no futebol com o que realmente vêm a ser a concepção sistêmica do treinamento.
           Parece que dói o ego destas pessoas, pensar em assumir que o futebol precisa evoluir e abandonar o dualismo corpo e mente, dói quando pensam em assumir que o preparador físico tradicional e a preparação física não determinam mais a direção do treinamento por si mesma no que se refere à periodização e sim o jogar a que se pretende, ou seja, o componente tático como norte do processo. Para eles e inadmissível não ser mais os "todo poderosos", os "donos do treino".  Chamam a si de protagonistas do desempenho e se esquecem que não trabalham sozinhos, se acham mais importantes do que o grupo multidisciplinar do qual fazem parte, se colocando em grau de importância equivalente ao do treinador, em alguns casos, lamentavelmente se consideram até mais a figura mais importante do elenco.




           Com isso, ao invés de lançarem mão da humildade e assumirem pelo menos que podemos melhorar e que existe um caminho mais interessante em direção ao alto desempenho real a que exige o futebol, se escondem sob a alcunha de "Pentacampeões mundiais". Ou seja, o status é o mais importante, o "título" de proprietários de conhecimento ou a pose de "mestres" do assunto, como autoridades, é o que interessa! Custe o que custar!
        Todos querem ser o "pai da criança", ninguém assume que passou pelo treino convencional, que amadureceu para uma forma mais integrada de trabalho (ainda não sistêmica) e que o próximo passo, o futuro, a tendência irreversível em  termos de avanços metodológicos, a chamada Periodização Tática será a redenção em termos de conceitos de treinamento para o futebol brasileiro. Ainda se conseguirem assumir, vão se intitular os "entendedores do assunto", com se já o praticasse desde a época do Rubens Mineli, Telê Santana, Osvaldo Brandão ou Formiga. Se for para puxar a fila, eu o faço: Já utilizei de métodos puros com prioridade em meus treinos, assumo que no passado adorava Matveev, me encantava com os métodos intervalados de treino e como eu conseguia "acabar com a raça" de meus atletas com esses métodos extenuantes, sem sentido para o futebol e que hoje eu abomino. Bom já passei por isso, com todos os defeitos que posso ter, a soberba de achar que não preciso aprender ou a arrogância de pensar que sei tudo, estas, não fazem parte da lista.
            Um aviso aos "pavões" de plantão, mais respeito com os novos profissionais que estão chegando, eles sim vão mudar este quadro. Como diria um professor na época da minha graduação: "Quem é bom não precisa ter medo do mercado de trabalho". A boleragem já era, os marqueteiros estão com os dias contados, é como diz aquela música "...tudo passa, tudo sempre passará..." 
        Aos poucos, uma geração de profissionais vai ocupar o devido espaço com méritos, formação e honestidade. Faltará apenas a modernização da gestão, aí sim poderemos falar que nosso futebol é o melhor.
Grande abraço



              
             

sábado, 28 de dezembro de 2013

FUTEBOL PROFISSIONAL - mensagem para 2014

Para onde estamos indo:

Já faz meses desde minha última postagem, faltou assunto? Não! Aliás são muitas as pessoas que postam a respeito das mesmas coisas, seria muito pretensioso de minha parte querer acrescentar alguma coisa com tanta gente esclarecida pra falar de metodologia, treinos, periodização tática, força bláblábláblá....
Este blog foi criado com o intuito de levantar questões relevantes, possibilitar um relacionamento com as pessoas que atuam no futebol e aprimorar o exercício da síntese de idéias. E desde então acredito ser este o post mais importante publicado neste blog.


Sem dúvida, o grupo "Periodização Tática no Brasil" (Facebook) atendeu minhas expectativas no que seria a adesão de um número significativos de membros "pensadores", aqueles que buscam questionar, discutir e se preocupam com a disseminação do pensamento crítico e sistêmico no que se refere à metodologia de treino no futebol. Claro, nada que se compare ao grande e extraordinário projeto dos competentes administradores da fantástica Universidade do Futebol, idealizada pelo professor João Paulo Medina. Isto sim podemos chamar de inovador, de discutir as questões mais importantes e de um real  pensar as verdadeiras mudanças que precisamos para o nosso futebol. Afirmo, com toda certeza, que este é o grande veículo de informações embasadas a respeito de futebol na atualidade neste país, ou melhor, o único!


Mas quais as mudanças reais que projetamos para o nosso futebol, ou melhor, por onde elas começam? Sabemos que a gestão precisa melhorar, o treinamento de base precisa ser repensado, o perfil dos treinadores tem que mudar, os profissionais precisam se qualificar, os clubes precisam se estruturar...etc, etc, etc....

Qual então é a origem dos nosso problemas? Por onde começar?
  Digo, ninguém gosta de por o "dedo na própria ferida". Que conhecimento e formação são importantes, isto ninguém discute, mas será que estamos olhando pra dentro e nos perguntando "que tipo de profissional eu sou?", ou então "o que eu espero ser profissionalmente?" e ainda "qual legado vou deixar para as próximas gerações?".

Pra quem pensa que a vida se resume a dinheiro (e eu também acho dinheiro importante), qualquer "bolada" que entrar na conta bancária, tudo bem, não interessa como e de onde ela vem. Pronto! Sua vida está feita! Se o futebol brasileiro está indo bem ou não, pouco importa para estas pessoas. Se você se encaixa neste perfil, boa SORTE! (entenderam o sorte em caixa alta, né?)

Para os "revolucionários" que querem tomar o poder das elites que comandam hoje o nosso futebol e proclamarem uma extensão da "revolução russa ou cubana" na CBF, federações ou clubes, ou seja, "caçar bruxas" até que não sobre nenhuma, boa SORTE também. Esses que vocês querem caçar, surgem e se espalham pelo "ar" (não é exclusividade do futebol, da mesma forma, não sou conivente com desonestidade). E a influência do grito de vocês nas redes sociais para se mudar algo e a da torcida que quer derrubar presidente de clube das arquibancadas é a mesma: Nada!

Como eu não tenho problemas em tomar partido (não faço parte dos chamados "vaselinas", apelido dado à pior espécie existente no futebol), acho que vou me encaixar melhor no "time 3" ou pelo menos vou me esforçar pra "passar no teste":
Então, existe ainda aqueles que realmente gostam de pensar e deixar um legado para as próximas gerações que trabalharão no futebol.  Não são hipócritas, sabem que futebol é um negócio. Ao mesmo tempo não são reféns do dinheiro (mesmo valorizando-o), pois sabem que existem coisas mais importantes (ética, metas pessoais, sonhos, valores morais). Sabem que sua "estrada" pode ser mais longa e árdua. Entendem o significado das palavras processo e projeto, ou sejam, se entendem com parte, não jogam no EFC(Eu Futebol Clube). Não julgam as pessoas, apenas as opiniões e não se omitem em expôr opiniões pois não precisam agredir ninguém para tal. Sabem que não sabem tudo (isto sim é fundamental, é engraçado quando vejo alguém falar que fulano sabe tudo) e por isto não têm medo de dizer:"eu não sei, vamos descobrir com quem sabe".
Desta forma, fica entendido que o grande desafio para 2014 é mudar a própria prática profissional, ações, pensamentos, paradigmas e condutas antes de apontar os erros de "todo o mundo".

Então fica aí minha mensagem para os colegas:

MUDEM PRIMEIRO A SI MESMOS ANTES DE ARRUINAREM A SAÚDE E PERDEREM O TEMPO TENTANDO MUDAR OS OUTROS. SE CONSEGUIREM ISTO, O MUNDO EM VOLTA DE VOCÊS VAI, COM CERTEZA, MELHORAR.

"Porque em verdade vos digo que qualquer que disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar em seu coração, mas crer que se fará aquilo que diz, tudo o que disser lhe será feito." Marcos 11:23