terça-feira, 18 de março de 2014

OBSERVAR O JOGO COMO CAMINHO PARA GANHAR

Uma das grandes dificuldades nos clubes brasileiros e hoje, o grande espaço a ser ocupado e investido no futebol é a observação técnica.
Mas o que observar? Como observar?


A obra "Observar para Ganhar - O Scouting como ferramente da treinador" nos dá algumas diretrizes interessantes.
A livro do professor Nuno Ventura  mostra alguns caminhos e nos convida a pensar a respeito de como organizar e tornar funcional este processo que ainda não possui o seu devido espaço na grande maioria dos clubes brasileiros, tanto do ponto de vista de "observar em volta" como o monitorar a "prata da casa".
Definir bem o que se pretende com a observação já é um bom começo.  Estabelecer um "norte",neste processo, é fundamental. No entanto, entender o real significado do Scouting é uma premissa que precisa ser bem entendida: De acordo com Ventura Scouting é o "ato ou efeito de observar; consideração atenta de um fato para conhecer melhor".
Assim, conhecer aquilo que se está observando, seus pormenores e definir as informação que são relevantes é claramente o ponto central desta tarefa.  O clube, desta forma, precisa ter bem definido suas diretrizes desde o desempenho coletivo até aquilo que se espera de um jogador recém-formado em suas divisões de base. É preciso ser pontual, é preciso abolir as expressões vazias de informação pertinente apenas porquê determinado atleta fez algo de bom num determinado recorte de tempo.
Ventura também expõe em seu livro que "o Scouting parece dividir-se em 3 fases: Preparação (onde se define o que se quer observar; como e onde se vai observar; quem vai observar), Recolha da informação - observação- (reporta à observação propriamente dita), e, Análise da informação/planeamento (depois de recolhida a informação, é analisada e usada para planear o microciclo semanal e para analisar a performance dos jogadores)".
Estabelecer um roteiro, portanto, ajudar a evitar "achismos" e subjetividades exacerbadas, aproxima as idéias e entendimento do observador daquilo que se pretende realmente verificar, daquilo que o treinador e/ou clube querem saber. Expressões como "fulano joga muito", "aquele time é só chutão e correria" ou mesmo "não vi nada de diferente" não acrescentam em nada daquilo que precisamos saber a respeito de equipes ou jogadores. As informações precisam ser relevantes e de pronta utilização nos treinamentos. Ou seja, é preciso entender com funciona o processo de treino e como devem ser inseridas estas informações.  Um fator bem definido por Vítor Frade segundo Pivetti (2012) deve ser mencionado: "A imprevisibilidade é condição indispensável a ter que enfrentar nos jogos que é resolvível tanto melhor quanto a maximização da redundância e a maximização da variabilidade, que são a expressão do objetivo sistemático a perseguir na melhoria da qualidade, o que resulta da exponenciação do princípio metodológico da progressão complexa." Ou seja, interfere no como serão fragmentados os princípios de forma propensa à aquisição de certos comportamentos em função do que se pretende, inserir as informações desde o início da preparação para próximo jogo.
Assim, identificar comportamentos específicos face à imprevisibilidade do jogo e, a partir disto, estabelecer um "plano de voo" em função deste comportamento observável e definido, bem como pontos estabelecidos para serem observados é o grande desafio desta área de atuação, principalmente quando falamos de futebol brasileiro.
Portanto, aos clubes, estudem e valorizem esta área em seu departamento de futebol, desenvolvam instrumentos específicos a realdade e circunstâncias vividas e, aos treinadores, tenham bem definidas as informações que são complementares aos modelo de jogo almejado e desenvolvido!

Referências bibliográficas
PIVETTI, Bruno - Periodização Tática: O futebol arte alicerçado em critérios - São Paulo - editora Phorte - 2012
VENTURA, Nuno - Observar para Ganhar - O Scouting como ferramenta do treinador - PRIME BOOKS - 2013




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