Num jogo emocionante com vitória do Galo por 2x1 e que jogamos como sempre como uma grande equipe de futebol e como a massa espera de quem veste a camisa preta e branca, identifiquei algumas questões já observadas na equipe principal catalã e que reforçam meu pensamento no que se refere a processo de formação de atletas.
Durante o jogo, em momento algum foi visto desespero dos espanhóis que priorizavam saída bola com passes curtos, sem chutão, sem medo de perder a bola na defesa. Isto já demonstra que é possível formar defensores que sabem sair jogando com qualidade, o direito ao erro é permitido aos jovens jogadores que estão buscando maturidade para grandes disputas.
Em momento algum eles abdicaram do ato de atacar, o que tornou o jogo bonito pois o sub-17 atleticano também joga ofensivamente.
O anti-jogo não fazia parte do jogo do Barcelona, o fairplay sim era evidente e eles provaram que o futebol pode ser um jogo viril e de "cavalheiros" ao mesmo tempo.
Assim, reforcei meu pensamento que o foco no processo em relação aos resultados é o caminho (e não o oposto) seja por onde nós brasileiros precisemos compreender para otimizar o processo de formação. Mais do que títulos (que também são importantes neste contexto), o caminho para se chegar a eles é que define o bom e o mau trabalho na base.
Talvez algumas pessoas tenham dificuldade em perceber este conceito, pelo não conhecimento esportivo, pela interferência emocional clubístico durante os jogos ou ainda pelo medo da repercusão de uma possível derrota e o que ela pode causar para a imagem do diretor do clube ou treinador.
Enfim, são barreiras a serem vencidas por quem administra o futebol e por quem tem a função de formador de talentos para o futebol. Acredito que um entendimento maior em Gestão de Processos e sua aplicação no esporte desta área de conhecimento tão conhecida dos engenheiros de produção e administradores de empresas ou profissionais da técnologia da informação, ou mesmo um esforço dos cursos superiores, ou federações para discutir o tema com os clubes possa preencher esta lacuna gigantesca em nosso futebol.
O que precisamos compreender é que é necessário iniciar um movimento de aprendizagem constante, sentar com humildade no banco da escola com a motivação de quem precisa aprender e de quem está disposto a crescer.
É preciso desenvolver conceitos de uma verdadeira Escola de Futebol e entender que mais importante do que ganhar ou perder é como ganhar e como perder!
Obrigado